Soraia Martins
Sonhara-me um dia Mulher, e assim nasci eu.
Mulher, que vê a fragilidade e condição humana, como veículos privilegiados, para a mudança, para o esculpir das partes, que nos integram e fazem.
Mulher de Abraços, profundos e espontâneos e afetos vários, que lhe saem de um modo, por vezes, sem jeito. Desculpem-me.
Mulher de ilimitada Fé. Forte. Convicta. Inabalável.
Mulher que Ama a palavra Amor. Em todas as suas formas, cambiantes, curvas e provações.
Mulher que sabe olhar fundo, por vezes, deixando-se ir ao fundo também, para aí, numa tentativa possível, tentar resgatar o outro, e por conseguinte, a si própria.
Mulher que dança, se dança e faz dançar, para percorrer, uma outra forma de expressão, evasão e contínua reparação.
Mulher, com noite e mar gravados no seu ADN, como garantia, de perpetuação máxima, deste querido legado, a futuras gerações.
Mulher sem raça, condição social, económica, sexual… onde fronteiras, há muito deixaram de existir.
Mulher que sempre Amará: Fiel, Leal, Incondicionalmente, mesmo sem garantia alguma, mesmo na dúvida constante e nada sabendo; porque o outro é, e sempre será, uma incógnita, um parênteses, com inúmeras reticências.
Eis-me. Tudo o resto, é meramente acessório.