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Sinopse
Esta é uma história dos nossos tempos.
Sérgio é um homem improvavelmente feliz. Mas é um dia fintado pela vida. A uma “injustiça divina” reage num deixar-se levar, em desviver emocional, numa série de relações inconsequentes e superficiais, de facto não mais que uma vertigem de estreitamentos não mais que físicos.
Até encontrar uma mulher que não vê - mas sente plenamente - em palavras tecladas num computador. Uma viagem por palavras assim, acaba por se tornar para Sérgio uma revelação interior.
Não será este o poder do amor?
“Ana sorriu quando o leu. Era assim mesmo como aquele tipo dizia: Vinha frequentemente “àquele mundo louco”, palavras dela, onde fantasiava, mentia, brincava mas se preservava. Talvez espiolhasse as almas de quem encontrava. Depois desaparecia quase sempre; não falava mais que uma vez com a mesma pessoa. Acontecia-lhe encontrar gente confessando o inconfessável, na protecção do anonimato. De algum modo, escrevia e descobria-se também; falava com os outros sobre as vidas deles, descobria a sua.
...
...através de linhas deixadas num computador, sem os tais cheiros e sorrisos, Sérgio enrolava a sua alma na alma duma mulher. O que lhe ia dentro, e que não era do corpo, estourava-lhe agora nos seus diálogos com Ana. Em cada linha que escrevia, ele próprio se descobria, em introspecção. Descobria-se com ela, ela dizia-lhe dele próprio coisas que nunca pensara. E existia essa mulher? Podia materializar-se num corpo, num beijo? Correspondia o seu cheiro às palavras que lia?”