Palavras Imóveis

Sinopse

Renasço das cinzas aqui
Edifico-me do pó palavra por palavra
Colmeio hexágonos das memórias que vivi
Sento-me em pedras gastas pela maré brava
Sobrevivente de um prolongado sono
soletro primaveras talho-as em quedas de outono
refaço noites que não senti

Pela taça dos poetas mortos bebo uma manhã de nevoeiro
Solto das amarras verbos de um Gin-tónico
Brando velas colho ventos faço-me marinheiro
Postulo para mim Deuses anacrónicos
que hão de navegar-me a uma rima sem fim

Configuro sílabas arrepanho temas
evoco musas hipotéticas
Pulso tusso letras frenéticas
sobre ondas de areia ergo poemas
Puxo pelo passado construo o presente
abro-me expando-me
dou ao mundo a minha mente
agora que me mostro levemente
acordo olho e levanto-me